A CRUZADA NO BÁLTICO E O PAPEL DAS ORDENS MILITARES
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A CRUZADA NO BÁLTICO E O PAPEL DAS ORDENS MILITARES



Ao longo das inúmeras campanhas militares intituladas de cruzadas, sejam estas no oriente que totalizaram oito, ou na Própria Europa, exércitos cruzados tomavam castelos e cidades, porém, era necessário grupos de indivíduos que estivessem dispostos a manter as guarnições e a logística de diversos territórios, assim como reafirmar a presença de um exército cristão treinado, para tal propósito foram surgindo as ordens militares religiosas.


As ordens militares assumiam consigo o propósito de serem além de militares, religiosos, se comportavam como monges, assumiam votos de castidade, pobreza, obediência e de guerrear nas cruzadas, o conceito do monge-guerreiro foi polêmico e muitas destas ordens além de assumirem um papel militar e de defesa de territórios, se tornaram poderosas e influentes. Uma das que se tornaram mais famosas, foi a Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão, ou Ordem dos Cavaleiros Templários.


Acima, uma imagem representando um Cavaleiro Templário em Combate.

A Ordem dos Cavaleiros Templários foi fundada com a função de defesa e proteção de peregrinos que rumavam para a terra santa, eram conhecidos por seu hábito monástico branco e a cruz vermelha que ostentavam no peito.


Tinham um corpo administrativo extenso, chefiados pelo Mestre da Ordem, ou Grão Mestre, no seu auge contavam com 20.000 membros e foram famosos por participarem de diversas batalhas nas cruzadas, na Reconquista, como na batalha de Las Navas de Tolosa, o cerco de Tomar, quando os templários portugueses resistiram a uma tentativa de invasão moura e o cerco de Santarém, durante a terceira cruzada, lideraram a cavalaria do rei inglês Ricardo Coração de Leão, estiveram na batalha de Hattim quando o exército cruzado foi aniquilado pelo Califa Fatimida Sal-Al-Hadim (Saladino), em pequenas expedições militares guerrearam contra os mongóis, e quando a Acre, a última cidade dos cruzados na terra santa caiu em 1291, tiveram papel na defesa da cidade. A ordem cessou de existir em 1312 por razões políticas, morais e disputas judiciais.


Mas, apesar de poucas expedições terem rumado para a conquista da Terra Santa novamente. O ideal cruzado não cessou de existir, no século XIII, XVI e XV, o norte da Europa, o báltico, era habitado por diversas tribos de fé pagã que frequentemente saqueavam reinos cristãos do norte e eram um empecilho na expansão territorial de duques poloneses e do Sacro Império Romano Germânico, durante a terceira cruzada ( 1189-1192 ), uma ordem monástica germânica surgiu com a intenção de fornecer assistência médica e ser um porto seguro para peregrinos germânicos na Terra Santa.


A Ordem Teutônica surgiu com este propósito, adotou o propósito da Ordem Hospitalária, e a regra dos cavaleiros Templários, em 1198, foi efetivada como ordem militar e se envolveu também em diversos embates e operações militares na própria Terra Santa. Mas, após a queda de Jerusalém, a Ordem Teutônica foi convidada a proteger e a fornecer tropas para diversas operações militares no báltico, guerreando contra tribos samogícias, livonianas e estonianas, a ordem foi famosa por fundar lá um estado cruzado que tinha como função guerrear contra a militância pagânica no norte da Europa.


Acima, Cavaleiros Teutônicos guerreando contra hordas nômades.

A Ordem Teutônica fundou seu estado no báltico, um estado cruzado que guerreou não só contra tribos pagãs no báltico, mas também contra o Reino da Polônia que ambicionava parte de seus territórios, os príncipes ortodoxos de Kiev, e tiveram até um braço forte de outra ordem religiosa, Os Irmãos da Espada Livoniana.


A ordem foi famosa por representar o ideal cavaleiro do século XIII e XVI, muitos nobres europeus se consagravam em feitos de batalha guerreando contra tribos ou se envolvendo nas disputas militares da ordem Teutônica contra duques poloneses que frequentemente se aliavam a eslavos considerados heréticos ou ortodoxos chamados pelos ocidentais de cismáticos (remontando ao grande cisma de 1054 que dividiu a Igreja Católica e Ortodoxa como duas unidades diferentes ).


Entretanto, em 1410, dada a perda da batalha de Grunwald contra o rei polonês e o grão príncipe lituano, a ordem sofreu um processo de perda territorial, perda de influência, combinada com a degradação moral de seus membros e rixas internas, a ordem foi secularizada em 1530 se tornando vassala do rei polonês até que Napoleão no século XIX, secularizou as posses da ordem na conquista dos reinos germânicos.


O braço livoniano da ordem, Os Irmãos da Espada, continuou a se manter como um estado cruzado e católico que sobrevivia as duras penas em meio a reinos de caráter protestante, o estado a duras penas resistiu a invasões dos moscovitas de Ivã IV o terrível, a ordem Livoniana segurou as invasões moscovitas até 1582, lutando contra um czar russo ortodoxo e protegendo de forma indireta súditos luteranos e católicos.


Em 28 de novembro de 1561, a ordem foi secularizada e o mestre desta se tornou um duque e seus membros foram feitos nobres secularizados no báltico. Em vermelho, compreende-se o território dos cavaleiros teutônicos no báltico em seu auge.

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